29/11/2014

Drug Of Love -57- Garotas crescidas não choram.


"São as coisas que mais amamos que nós destrói" -Jogos Vorazes A esperança Part I

Stratford/Canada
13:25 PM
Jennifer P.O.V

Uma semana, uma semana insuportavelmente horrível se passou. Era horrível ter que encarar Justin nas horas que -por acaso- nos encontrávamos. Eu evitava sair do quarto as vezes quando ele estava por lá, o que era difícil já que nessa semana (eu não sei o que aconteceu) ele não foi trabalhar. As vezes eu era obrigada a sair do quarto e ir dar comida pros meus filhos e dar atenção pra eles já que eu nunca mais tinha feito isso.

Não, a garota ladrona de amigos e maridos não apareceu em nem um momento mas Justin saiu algumas vezes e aposto que foi pra ver a vadia.

Eu estava bem, ou estava aparentando estar bem, mas o que me incomodava no momento era o fato de Liv ter ficado fria nesses últimos dias. Ela tinha reclamado sobre ter feito uma amizade e ter que abandonar, já que ela nunca fez uma amizade de verdade. Ela ignorava Justin e evitava ficar no mesmo lugar que ele, até parecia um verdadeiro desconhecido. As vezes eu pegava ela olhando Justin e Math do outro lado da sala e ela permanecia quieta e as vezes sorria fraco pra mim. Eu não queria ter que acreditar que tudo isso que aconteceu comigo e com Justin tinha afetado a personalidade de Liv, eu queria me recusar a acreditar que Olivia tinha se tornado uma garota fria.

Que isso Jennifer, ela era apenas uma criança.

Eu organizava a mala de roupas de Math e colocava alguns pertences, hoje mesmo nós iriamos partir. Eu já tinha providenciado todas as coisas para Nova York, sim, nosso próximo destino. Eu tinha passado todas as coisas do atelie para NY, e ainda estava de olho em um espaço grande a venda em Nova York. Eu tinha alugado um flet mas que logo estaria com uma casa cuidando dos meus filhos.

Abri uma outra mala e coloquei todas as coisas de Math ali dentro, doía muito fazer isso mas eu prometi não deixar mais nenhuma lágrima saltar. 

Ouvi a porta do quarto de Math abrir e olhei de relance vendo Justin ali. Virei a cabeça pra frente colocando as coisas ali dentro.

-Você não precisa ir Jennifer.
-Não fala comigo, por favor! -Disse firme.
-Eu não quero ter que ficar longe dos meus filhos... de você!
-Cara qual é a sua? -Levantei por completo parando de frente com ele- Uma hora você está terminando comigo porque se apaixonou por outra e na outra ta dizendo que não quer estar longe de mim, qual é a sua? você está querendo mexer com alguma coisa?
-Eu só quero ficar perto de você. -Ele disse tremendo a voz.
-Isso é ridículo, você é um ridículo. Eu nem sei porquê eu ainda te respondo.

Dei-lhe as costas pegando as malas de Math e saindo porta a fora. Coloquei as malas perto do quarto de Liv e entrei em seu quarto. Vi ela com dificuldades pra dobrar algumas coisas e cheguei perto dela.

-Meu anjo... quer ajuda?
-NÃO, EU NÃO PRECISO DA SUA AJUDA. -Ela gritou me assustando.
-Liv...
-Desculpa mamãe... -Ela abaixou a cabeça- Me desculpe mas eu não queria ter que ir... não queria ter que abandonar Sarah. 
-Eu entendo meu amor, mas eu só quero...
-Eu sei, mãe... Eu sei que você também precisa ficar longe desse monstro. -Ela disse com os olhos marejados.
-Que monstro, filha?
-Justin. 
-Ele é seu pai.
-Ele escolheu a vadia da Julia, então ele não é mais meu pai. 
-Filha... Você não pode falar vadia, ta escutando e ele é seu pai. Sim? -Ela assentiu.
-Você mesmo disse que ela é uma vadia mamãe. -Ela riu leve.
-Eu estava brava. -Dei uma risadinha.
-Você está bem? Eu nunca vou querer passar por isso ai.
-Isso ai é fácil suportar quando eu já passei por tanta coisa. -Passei meu dedo na ponta do nariz dela e ela riu. -Filha, só de ver você sorrir eu me sinto mais do que bem.
-Eu te amo, ta? Eu nunca vou amar ninguém igual te amo.
-Eu também te amo meu amor. -Abracei ela.

Ajudei ela a arrumar as malas e colocar seus pertences. Ajudei ela a escolher a roupa e arrumar seu cabelo já que ela fez questão disso. Fomos pro meu quarto e ela me ajudou a escolher uma roupa (uma calça jeans justa, um salto alto preto e uma blusa jogada de lado). Me vesti e desci com minhas malas e de Liv, quando chegamos na sala demos de cara com Pattie que me olhava como se não estivesse entendo.

E bom, ela não entendia... Porque ela não sabia.

Essa era a parte mais difícil.


-Jennifer, por que essas malas?
-Pattie...
-Ai meu Deus... O que ta acontecendo?
-Eu e a Jennifer nos separamos mãe. 

Justin disse surgindo da cozinha com um copo de água na mão. Ele me olhava com o maxilar travado e Pattie nos olhava aflita e bom eu estava... Bem relaxada, até demais.

-Como assim? -Ela me olhava.
-Bom, seu filho me trocou por uma garotinha. -Disse sorrindo forçado

Peguei Math do colo de Pattie e ela olhava pra Justin com uma cara de quem queria chorar e que não queria acreditar que o filho tinha feito aquilo. Justin olhava pra mim como se quisesse enterrar a cara em algum lugar. Tirei uma roupa da mala de Math e o troquei ali mesmo.

-Por que você fez isso? -Ela perguntou a Justin pela primeira vez.
-Mãe...
-Mãe? Que eu me lembre esse não foi o ensinamento que eu dei pra você Justin.
-Mãe, eu pedi pra ela ficar mas ela não quis.
-Que tipo de mulher no mundo ficaria na casa do marido depois dele ter terminado com ela? Eu faria o mesmo Justin.

Olhei pra Justin sorrindo vitoriosa e penteei o cabelo de Math que sorriu pra mim e eu lhe dei um beijo. Liv desceu usando um par de botas pretas, cabelos enrolados e blusa de manga comprida junto de uma calça.

-Nós já vamos mamãe? -Ela disse direcionando o olhar pra mim.
-Sim querida. -Sorri.

Arrumei as coisas de Math e subi indo pegar minhas malas. Mas antes liguei para um táxi que já estava a caminho. Desci as escadas e olhava para Justin que me observava descer como se estivesse recebendo um tapa bem dado na cara. Puxei minhas malas e coloquei no canto pegando algumas coisas minhas da sala.

-Eu venho buscar o resto. -Disse sem olhar pra sua cara.
-Jennifer... -Ele tentou segurar meu braço.
-NÃO TOCA EM MIM!

Ele engoliu seco e se afastou um passo pra trás. Ajeitei a roupa de Liv e sorri pra ela que sorriu pra mim como se estivesse prestes a chorar... Oh filha, eu também estou.

-Podemos passar na casa da tia Carla primeiro?
-Sim... Mas você desce sozinha, sim?
-Certo. Eu posso ver a Sarah antes também e o Victor? Não tive tempo de me despedir.
-Quem é Victor?
-Um garoto...
-Hum... -Sorri e ela me deu um tapa leve.
-Que papo é esse Liv? -Justin disse bravo.
-Vai demorar muito mamãe? -Ela disse ignorando Justin.
-Mamã... -Math resmungou e eu abri um sorriso. Oh céus era a sua primeira palavra.
-MEU BEBÊ.

Gritei feliz. Peguei o celular e coloquei na câmera.

-Diz de novo... vai filho? -Ele negou e eu fiz biquinho- Tudo bem, outro dia.

Olhei pra Justin de relance e ele olhava aquilo com os olhos cheios de lágrimas. Sorri.

-Vamos filha, se despeça do seu pai e da vovó!
-Que pai? Eu não tenho pai! 

Liv disse e Justin abriu a boca deixando uma lágrima cair. Ela sorriu cínica e foi até a sua vó que começou a chorar. Math engatinhou até Pattie que o abraçou. Justin me olhava e abria a boca algumas vezes mais nenhum som saia.

-Por favor fique. -Pattie e implorava
-Eu não posso. -Sorri.
-Eu não quero ter que ficar longe das crianças.
-E nem precisa, você pode visitar eles sempre que puder.
-Não vai ser a mesma coisa. -Ela abaixou a cabeça e colocou Math no chão.- Você é a garota mais forte que eu vi. Como palavra de mãe eu sei que ninguém vai conseguir aguentar esse garoto -Apontou pra Justin.-Tanto tempo como você aguentou. -Ela secou uma lágrima. -Vá mas saiba que eu estarei orando por você, orando pra que você encontre um homem de verdade e que te ame mais que tudo a ponto de nunca te deixar. 

Ela disse duas lágrimas saltaram. A ficha estava caindo agora, Justin tinha desistido de mim. Ele me deixou, ele prometeu e agora estava me trocando... Céus.... Ele não me aguentou.

-Você é uma garota que vale ouro Jennifer, mesmo com tudo isso que esta acontecendo com você, você não deixou ninguém te derrubar porque é isso que garotas fortes fazem, e você é uma delas. -Ela segurou meu braço. -Eu te amo independente de tudo e nunca a deixaria como todos fizeram, eu te tenho como filha e você sabe. -Ela disse e eu assenti sorrindo fraco- Aqueles tempos em Londres que passamos juntas me fez raciocinar que você é o tipo de mulher que eu sempre quis pra casar com meu filho, mas por uma burrada ele esta te deixando. Ele irá se arrepender. Me prometa Jenn..
-O quê? -Disse soluçando.
-Você encontrará alguém que te ame de verdade e se entregará pra essa pessoa sem medo de sofrer de novo. Promete? -Ela disse e eu assenti- Eu não quero que isso que ele esta fazendo afete seus sentimentos. Você merece felicidade, então me promete?
-Eu te prometo! -Abracei ela- Obrigada por tudo que fez por mim Pattie -A soltei- e o que ainda faz. -Sorri.

Justin olhava aquilo com várias lágrimas caindo. Ele estava escorado na parede com uma feição de arrependimento. Ouvi uma buzina tocar e sorri para Pattie que me abraçou e em seguida abraçou as crianças. Justin foi até Math e o abraçou mas quando foi abraçar Liv ela saiu pela porta.

-Jenn você foi e é uma mulher incrível e uma esposa também. -Ele disse pela primeira vez.
-Eu sei! -Disse assustando ele por ter sido modesta- Você que nunca foi um bom marido. 

Ele me olhou com a boca aberta e Pattie levou algumas malas e levou Liv e Math junto dela. Passei por Justin e quando ia sair da casa ele segurou meu braço e veio me abraçar mas eu o empurrei.

-Me deixa passar e ir viver minha vida, me divertir e conhecer pessoas novas. Se você acha que você estragou minha vida por causa que me deixou saiba que não Justin. Eu te amo de verdade como nunca amei ninguém mas você era mentira, você era tudo fogo. Você nunca me amou de verdade. Mas quer saber? Você acha que ta doendo tanto assim? Não está porque eu escondi esse amor a sete chaves e nem parece que eu sinto mas eu sei que sinto, porém foda-se você nem é tudo isso Justin Bieber.

Peguei as malas e passei por ele batendo em seu ombro saindo da casa. Eu não estava acreditando que eu disse aquilo pra Justin sem chorar ou sem gaguejar. Eu me considerava uma garota forte. Eu era uma garota forte e ainda sou.

Stratford/Canada
14:10 PM
Justin P.O.V

Eu me sentia um babaca. Assim que ela saiu por aquela porta se encontrava um Justin chutando tudo que encontrava pela frente. EU A PERDI, EU PERDI A MULHER DA MINHA VIDA. Meu nome não deveria ser Justin Bieber e sim Justin Burro Bieber.

Quando ela desceu por aquelas escadas foi como se eu estivesse levando um tapa na cara. Ela era tudo de bom, era uma mulher e tanto, com um corpo maravilhoso, linda e a mulher da minha vida... a unica coisa que eu conseguia sentir era uma voz falando no meu ouvido "ainda tem tempo, não a deixe partir" e eu queria poder fazer alguma coisa mas eu estava sem reação. Eu não sabia o que fazer. 

E quando ela passou por aquela porta foi a confirmação que eu tinha perdido Jennifer para sempre.


Stratford/Canada
14:28 PM
Jennifer P.O.V

Pedi para o taxista que parasse na casa de Carla. Liv desceu e alguns segundos vi Carla saindo dali, meus olhos encheram de lágrimas. Liv falou algo e apontou para o carro e Carla olhou, ela abraçou Liv e Ryan saiu e Liv falou algo que ele também a abraçou. Carla falou algo para Ryan e pegou Liv no colo vindo até o carro.

-Jennifer... -Carla falou.
-Sim?
-Você está indo embora?
-Ta bem na cara né?
-Jenni...
-Não Carla, agora você vai me escutar. -Disse saindo do taxi. -Você está se achando porque esta casada com Ryan e deve até ta rindo da minha cara com aquela Julia não é? -Ela negou- Magina! Você deveria agradecer a mim que te empurrei pra cima de Ryan porque se não você estaria sem ninguém até agora. Eu te ajudei Carla, te dei trabalho, te acolhi e tudo que você fez foi me apunhalar pelas costas quando eu mais precisei de ajuda. 
-Você deixou de ir na minha despedida.
-Você deixou de fazer tanta coisa por mim pra ficar com Ryan, e eu nunca reclamei. Você colocou uma garota que você nem conhecia direito no meu lugar, ela ainda roubou meus amigos e meu marido. Tem noção do ódio que eu to sentindo agora? Mas tudo bem Carla é assim que a gente vê como as pessoas são. E se vocês acha que depois de fazer tudo isso pra mim eu vou ficar quieta você estão enganados, porque eu vou superar e vocês vão comer na minha mão. Brincaram comigo achando que só porque aparento ser uma menina bobinha eu vou ficar chorando pelos cantos não é? Mas você esta enganada, eu cresci Carla! Eu sou uma mulher agora. Agora se você me da licença eu tenho um voo para pegar. 

Ela me olhava boquiaberta e com algumas lágrimas em seu rosto. Entrei no Taxi e fechei a porta mandando ele ir em direção a casa de Elizabeth, mãe da tal Sarah. Eu tinha descoberto a casa delas pela escola que me passou informação.

Chegamos na casa da amiguinha de Liv e ela foi correndo abraça-lá elas conversaram uns minutos e as duas foram até a casa vizinha que era o tal do Victor. Era um garotinho lindo. Ele deu um abraço em Liv e sua mãe olhava pra mim com uma feição tristonha. Victor deu um rápido selinho em Liv que me deixou de boca aberta mas resolvi não falar nada já que Liv estava um pimentão... Céus, crianças...

-Eu vou comprar um tablet pra você e vocês podem conversar sempre. O que acha?
-Você compra também tia Elizabeth e tia Lo
-Claro meu anjo.
-Vou comprar sim. -A mãe de Victor disse.

Peguei o telefone das duas e em seguida fomos para o taxi vendo Liv se despedir da amiguinha que lhe deu uma pulseira. Ela sentou no carro engolindo o choro me olhando apertando a pulseira sobre o coração.

Chegamos no aeroporto e passamos por aquele monte de burocracias até a nossa entrada no avião. Olhei pra trás observando o aeroporto pequeno de Stratford e respirei fundo.

-Eu espero nunca mais ter que voltar pra esse lugar. -Disse baixinho a mim mesmo.

Dei a mão pra Liv e segurei Math firme em meu colo. Eu estava indo, mas eu estava indo de cabeça levantada e sem chorar diferente de como tinha ido pra Londres. Eu esperava reconstruir a minha vida e achar alguém que mudasse a minha vida e me amasse de verdade. Alguém que cuidasse de mim e não desistisse de mim. 

Eu iria mudar com todos aqueles que um dia brincaram comigo, eu não ia deixar isso quieto. Eu daria a volta por cima e faria todos ver que eu não era mais aquela garota bobona. 

Estava doendo ter perdido ele para outra, mas eu não podia fazer nada a não ser mostrar pra Justin o que ele perdeu, e eu faria isso.

Sorri comigo mesma assim que pisei o pé no avião. Garotas crescidas não chora e eu era uma garota crescida. Eu ia embora deixando tudo e todos e essa droga de amor.


...

Continua


Jennifer sambando de salto agulha na Carla e no Justin :)
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Beijos!!!

25/11/2014

Drug Of Love -56- Último Adeus.



Stratford/Canada
16:25 PM
Jennifer P.O.V


Eu trajava uma calça jeans preta, uma bota também preta de cano baixo, jaquetas de couro e uma blusa branca por baixo. Óculos pretos e cabelos solto. Eu me olhava no espelho me perguntando se eu teria forças o suficiente pra ver Anne naquele caixão e a resposta era: não. Eu não seria forte o suficiente, eu iria chorar e abaixar minha cabeça, eu não iria conseguir enfrentar aquilo sozinha.

As vezes eu me perguntava se todas as pessoas de quem eu amo iria partir? Eu não aguentava mais, eu não tinha mais ninguém comigo. Carla, Ryan, Justin, Jared, Rose, Chaz, Liza, Chris, Alex... E droga. Sequei uma lágrima que caiu. Qual é Jenni? Reaja, você precisa ser forte e enfrentar todos os problemas. Mas como ser forte quando a unica pessoa por quem você se importava simplesmente morreu? Morreu sem você conseguir se despedir, sem dar um ultimo abraço.

Peguei minha bolsa e respirei fundo tomando coragem pra sair daquele quarto e enfrentar o mundo lá fora. Respirei fundo antes de descer as escadas.

E uma parte do meu sofrimento estava ali, usando roupas de frio. Eu me perguntava porquê de ele estar arrumado. Claro Jennifer, ele agora tinha uma mulher, uma mulher que por acaso não é mais você e nunca mais será.

Lembro-me da reação dele quando eu lhe disse que Anne tinha morrido, eu tinha sido seca o suficiente para lhe dizer apenas "Anne morreu, ela foi morta. Ela nunca mais vai aparecer na sua vida" lembro-me de em seguida sair do quarto e ir até o IML. Eu reconheci o corpo e foi horrível ter de ver aquela cena, era como se meu mundo inteiro estivesse desabando. 

Engoli a seco depois de ter descido a ultima escada. 

-Eu vou com você. -Ele disse e eu o olhei indignada.
-Eu irei com você ao enterro.

Só haveria o enterro por causa do jeito que foi a morte dela, o corpo não poderia ficar espoto muito tempo porque se não federia. O olhei irônica e soltei uma risada sem humor e fria, afinal, fria era o jeito que eu seria daqui pra frente.

-Depois de tudo que você fez ela passar?
-O que eu fiz com ela? -Ele disse intrigado.
-Deixa eu ver... Deixou ela apodrecendo na cadeia, não se importou nem ao menos ir visita-lá enquanto ela perguntava sempre sobre você. Ignorava ela quando tinha algo com ela, tratava mal e traia... Acho que se eu ficar aqui falando eu vou ter que me sentar. -Disse sendo sarcástica.
-Eu quero ir. -Ele disse engolindo a seco.  -Eu preciso vê-lá pela ultima vez.
-Se eu pudesse impedir eu juro que impediria. Anne não merece alguém que fez ela sofrer tanto no enterro dela. -Disse ríspida.

Andei até a porta sem lhe dar mais ouvido. Eu estava sendo ignorante? É claro que eu estava, mas ignorância era pouco pra quando uma pessoa simplesmente termina com você pra ficar com outra.

Inspirei e respirei o ar sentindo o leve vento de Stratford bater sobre o meu rosto me dando uma esperança de paz, por alguns segundos. Fui até a garagem e entrei no carro tentando não desabar ali mesmo, era muita coisa pra um mesmo dia e eu já tinha chorado muito. 

Com os olhos marejados incapaz de segurar algumas lágrimas eu dirigi até Calvary Cemetery. Era ruim pensar que daqui a alguns minutos eu iria enterrar Anne, a pessoa que mais me atormentou em toda minha vida, mas a unica que cuidou de mim e se importou comigo nos últimos anos. 

Parei na floricultura próxima ao cemitério e vi o carro de Justin logo atrás do meu. Comprei um buque de flores e agradeci entrando no carro. Adentrei o cemitério e estacionei meu carro. Sai de dentro do meu carro e vi o carro de funerária entrando. Meu corpo se apertou e eu respirei fundo tentando não chorar. Parei próximo a igreja e entrei vendo-a vazia. Bando de canalhas, não vieram nem mesmo ao enterro da filha. Me sentei no primeiro banco e vi alguns homens carregando o caixão e colocando ali sobre o suporte engoli a seco. Eles abriram o caixão e em seguida saiu me deixando ali sozinha. Senti as lágrimas caírem e me aproximei do caixão. Flores eram cobertas até seus seios. Ela estava ali diante mim morta.

E eu fiz o que eu jamais acharia que iria fazer um dia. Eu me debrucei sobre o caixão e comecei a chorar. Droga, droga... Se Anne estava morta a culpa disso tudo era minha. Eu fui uma idiota em atender seu pedido de não tira-lá de lá. O barulho do meu choro e do meu soluço era escuto por toda a igreja no completo silêncio. 

Senti mãos na minha costa e eu não queria virar eu não queria ter que olhar naqueles olhos, aqueles olhos que tanto me machucaram um dia e me fizeram sofrer. 

-Anne, por favor. -Eu suplicava apertando sua mão de leve. -Eu não vou ser capaz de suportar esse mundo sem você. Eu não vou ser capaz de ser forte, você era a unica que me segurava por todo esse tempo. E AGORA? -Eu gritei sentindo as lágrimas caírem mais uma vez.
-Jenni...
-Cala a boca pelo amor de Deus, eu não quero te ouvir. Eu não quero ter que ouvir sua voz.

Ele se calou finalmente respirando fundo. Ele me puxou e me abraçou, era estranho porque eu não me sentia mais segura, era como se ele fosse o próprio perigo. Talvez seja tantas decepções que ele tenha me feito passar.

Eu amava Justin mais do que amava tudo, amava mesmo mas nesse momento nojo era a unica coisa que eu conseguia sentir dele.

-Eu não me sinto mais segura nos seus braços, me solta. -Eu disse e vi ele engolir a seco.
-Você precisa de alguém agora.
-Exatamente! Eu preciso de alguém que não seja você. -Eu disse fria.

Ele abaixou a cabeça e vi duas lágrimas saltarem de seus olhos. Eu o olhava com desgosto. Revirei meus olhos voltando meu olhar para Anne. Eu segurei suas mãos tentando sentir-me uma calma mas eu não conseguia. Eu queria Anne comigo, ela tinha sido a unica amiga pra mim e eu necessitava dela nesse momento.

-Eu vou sentir muito a sua falta ruivinha. -Disse com um leve sorriso em meus lábios.

A porta da igreja fazendo eu e Justin olhar para trás, vi uma garota baixa correr chorando até o caixão e se debruçando nele chorando pedindo Anne de volta. Eu olhava para aquilo tentando não chorar eu não queria ter que ser mais fraca do que eu estava sendo. 

-Anne irmãzinha, por favor volta. -Ela dizia chorando. 

Dei a volta no caixão e a puxei lhe dando um abraço. Ela correspondeu meu abraço chorando fazendo suas lágrimas molharem minha camiseta, mas isso era a ultima coisa que eu me importava no momento. Justin a trouxe um copo de água e ela tomou enquanto suas mãos tremia. Puxei-a para se sentar no banco e deixei minha bolça de lado. A garotinha estava de cabeça baixa enquanto as lágrimas caiam sobre seu rosto. 

-Quem é você? -Ela perguntou agora me olhando.
-Jennifer.
-Você era o que da minha irmã?
-Uma amiga próxima.
-Hum... -Ela assentiu. -Sou Anna. -Ela disse e eu sorri.
-Qual sua idade?
-Quinze anos. Vim escondida.
-Sim... E seus pais?
-Minha mãe e meu pai estão triste só não admite. Eles não vão vir. -Ela disse agora chorando.- Anne não merecia isso de jeito nenhum. Ela que sempre ajudou meus pais.
-Eu entendo...
-Ela tinha tudo... Tudo.
-Eu também tinha tudo a algumas horas atrás, mas agora eu também não tenho nada.

Dei um leve sorriso sentindo todas as minhas lágrimas que eu segurava finalmente cair. Senti o olhar de Justin em mim.

-Por que diz isso?
-Sua irmã era tudo que eu tinha. 
-Entendo... Ela era tudo pra mim também. -Ela abaixou a cabeça. -E você? -Ela disse olhando para Justin.
-Sou Justin.
-Ah... você é o famoso Justin. 
-Famoso?
-Anne me falava muito de você... Ela era muito apaixonada por você. -Ela disse dando um sorriso fraco. -Vocês são o que?
-Casa... -Justin ia dizendo.
-Nada! -Disse rápido. -Eu era uma amiga e ele era o ex.
-Entendi. Eu preciso voltar pra casa -Ela disse e as lágrimas voltaram a cair. -Meu pais vão me matar mas eu sei que o que eu fiz foi melhor pra mim. Obrigada por estar fazendo isso pela minha irmã Jennifer. Eu sei tudo o que ela te fez. -Ela me deu um abraço.

Engoli a seco vendo-a caminhar até Anne e lhe depositando um beijo. Ela deitou sua cabeça sobre os peitos de Anne e começou a chorar e eu decidi respeita-lá. Era o ultimo momento dela com a irmã. Ela me deu um tchau com a mão e saiu da igreja.

-Elas são parecidas. -Ele disse.

Permaneci em silêncio olhando para a frente. Senti a mão de Justin na minha mas tudo que eu fiz foi tira-lá de lá eu não queria a compaixão dele, eu não queria a pena e nada mais dele. Eu não precisava de Justin pra nada.

Passou-se alguns minutos e logo vi dois coveiros avisando de que iria ter que fechar o caixão. Apenas assenti indo em direção a seu caixão. Beijei sua testa.

-Você estará pra sempre na minha memória Anne... Você foi tudo pra mim. 

Me desaproximei do caixão vendo Justin ir até lá e analisando seu corpo no caixão. Ele estava com os olhos semicerrados e marejados, presumi que ele deveria estar lembrando dos momentos com ela e isso não me incomodava, o que me incomodava era ver a unica pessoa que se importava comigo morta.


♀♀

Me joguei na cama sentindo as lágrimas molharem meu rosto novamente. Tinha sido horrivel ter que ver aqueles homens tamparem seu caixão. Estava sendo horrível ver Anne ser mantida a sete palmos a baixo da terra. Abracei o caixão incapaz de ter alguém comigo pra mim abaixar agora. 

Senti mãozinhas em mim e olhei pra trás vendo Liv que carregava o irmão com dificuldade. Ela me olhou tentando entender o porquê de eu estar chorando. Peguei Math no colo e coloquei de um lado da cama.

-Vem ca meu anjo, vem abraçar a mamãe vem. 

Ela subiu na cama e veio até mim me abraçando. Eu desmoronei no colo da minha filha de cinco anos.

Me encontrava deitada olhando para o teto. Math dormia ao meu lado me abraçando. Liv me abraçava e mexia no meu cabelo. 

-Mamãe...
-Sim querida? -Disse baixo.
-Você terminou com o papai não é?
-Anjo...
-Pode falar mamãe, eu vou ficar muito triste mas eu vou tentar entender.
-Infelizmente tivemos que dar um ponto final na nossa relação. -Ela me olhou como se não entendesse. -Sim meu anjo, nós terminamos. 

Ela assentiu e eu vi lágrimas caírem de seu rosto. Eu queria explicar mas tudo que ela fez foi deitar na minha barriga e me abraçar enquanto eu ouvia seu choro baixinho.

Stratford/Canada
22:25 PM
Justin P.O.V

Eu me sentia o cara mais covarde da face da terra por não estar lá com Jennifer a abraçando, não era orgulho, longe disso! Eu já tinha perdido muita coisa por orgulho e idiotice. Eu não estava lá porque ela mesmo me disse que não se sentia mais segura em meus braços, confesso que ouvir aquilo me doeu até o fundo mas foi eu que causei essa raiva dela em mim, foi eu o causador de tudo isso então a unica coisa que eu podia fazer agora era apenas lamentar. 

Eu não entendia o porque que eu estava arrependido em ter acabado tudo que eu tinha com Jennifer, droga até umas horas atrás meu coração não clamava por Julia? Droga, droga. 

Ver ela daquela forma vulnerável chorando naquela igreja me fazia sentir um aperto no meu peito. Era horrível ter visto Anne daquela forma... eu nunca imaginei que passaria por isso. Eu sentia muito pela morte dela, Anne foi uma namorada e tanto mas agora eu já não tinha mais o que fazer.  

Sai do meu quarto indo até o quarto ao lado em que Jennifer estava. Abri a porta e me deparei com uma cena fofa. Math abraçava Jennifer enquanto dormia, alias todos dormiam. Liv estava com a cabeça deitada na barriga de Jennifer e a mão de Jennifer estava nas costa de Liv. Liv estava com o rosto vermelho denunciando que havia chorado assim como Jennifer.

Era ruim pensar que Liv tinha chorado por causa da minha separação com Jennifer. Respirei fundo olhando aquela cena e senti meu celular vibrar. Rapidamente sai dali indo até meu quarto e me sentando na cama.

-Oi Julia. 
-Oi Jus... Tudo bem?
-Medida do possível e você?
-Medida do possível. Como foi por ai?
-Horrível. -Disse amargurado.
-Ela chorou... Muito?
-Sim... Ainda mais quando soube que Anne morreu.
-Aquela sua ex?
-Sim, ela mesma.
-Nossa Justin, que horrivel... Meus sentimentos.
-Obrigada. 
-Posso ir ai?
-Acho melhor não Ju... Eu nem sei se fiz o certo em termina com Jennifer.
-Por quê? -Ela disse com a voz baixa.
-Eu percebi que ainda sinto algo por ela. -Disse baixo. -Mas eu gosto muito de você. A gente passou muitos anos juntos, é claro que eu ainda sinto algo por ela.
-Eu entendo amor... E eu vou sempre estar aqui.
-Obrigada Ju. -Disse dando um leve sorriso.
-Vou te deixar dormir... Sonha comigo.
-Pode deixar. Beijos!

Desliguei e joguei meu celular na escrivaninha me. Talvez eu teja sido um pouco grosseiro com Ju mas é que eu não sabia mais de nada.

Me deitei na cama pensando se eu tinha feito o certo em ter terminado com a mulher que eu mais amei na minha vida toda. 



...

Continua


E parece que o arrependimento já bate na porta né! HAHA.
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23/11/2014

Drug Of Love -55- Era o pior dia da minha vida.


LEIAM AQUI LEIAM AQUI LEIAM AQUI AQUI AQUI 
Vamos lá, esse capitulo me destruiu por INTEIRA. Eu quero que vocês prestem atenção no que eu vou falar. 
1: PRESTEM MUITA ATENÇÃO NAS FRASES EM ITALICO E NEGRITO, essas frases vai ser tipo uma chave do que irá acontecer nos próximos capítulos. 
2: LEIAM ESSE CAPITULO ESCUTANDO TEARDROPS ON MY GUITAR E AMNESIA :Essas musicas tem muito a ver com o capitulo.
3: DESFRUTEM MUITO DESSE CAPITULO 
4: NOTAS FINAIS.
5: COMENTEM. 


Stratford/Canada
12:25 PM
Justin P.O.V

1 ANO DEPOIS

-Hoje ela chega de viagem. -Disse tocando sua mão.

Ela apenas me olhou e assentiu voltando seu olhar para o milk shake. Muita coisa tinha mudado. Carla e Ryan estavam bem mesmo com as brigas que tinham de vez em quando. Carla nunca mais falou com a Jennifer e eu me lembro vagamente quando Jennifer foi atrás dela e ela a expulsou de sua casa. Nos últimos meses Jennifer tem ido a várias viagens e tem desaproximado de todos nós e principalmente de seus pais que também viraram a cara pra ela. Carla fez com que Ryan também virasse a cara pra Jennifer e eu até hoje não entendo o porquê. Chris viajou para o Brasil com Liza para conhecer os pais dela e Chaz continua o mesmo bobão de sempre só que agora faz dupla com Bella.

Quando eu digo que as coisas mudaram eu não estou brincando, eu posso ter cometido a maior besteira da minha vida, ou não. Eu me apaixonei por Ju, eu fiquei cada vez mais próximo dela e quando eu e Jennifer brigávamos quem me consola-vá é ela. Todas as vezes que estou mal eu só consigo dividir meus problemas com ela. Ela não deixa escondido que também gosta de mim. Nunca demos nem se quer um selinho porque eu queria ter certeza de que eu estava mesmo a amando. E tive a comprovação de quando vi Jennifer chegando de viagem e não senti vontade de nada, nem ao menos a beija-lá era como se eu estivesse traindo Ju. Sempre quando eu tentava roubar um beijo de Ju ela dizia que primeiro eu tinha que resolver minha vida pra depois fazer isso.

E eu sabia que ela estava certa. Ela era uma garota incrível, não é atoa que eu me apaixonei de verdade por ela.

Eu e Ju estávamos em um clima horrível porque era hoje que eu iria terminar com Jennifer pra me juntar a ela e ela se sentia culpada.

-Não fica assim. -Disse tocando a maça de seu rosto e ela apenas me olhou e sorriu fraco.
-Eu me sinto uma traidora. -Disse e eu neguei- Ela vai sofrer muito.
-E eu vou sofrer mais ainda se eu não ficar com você.
-Justin vocês estão juntos desde crianças e agora você vai se separar dela por causa da idiota aqui.
-Amor... -Ela me olhou repreendendo- Ju, eu gosto de você agora... Eu não posso ficar mais me engando nem a enganando, entende?
-Ela vai ficar destruída. 
-Ela vai encontrar alguém melhor.
-Como se ela te ama Justin? -Ela disse e uma lágrima saltou de seus olhos.
-Ju... não chora. -Disse secando sua lágrima.
-Vocês tem filhos juntos e eu estou estragando sua vida.
-Você está tornando minha vida melhor.
-Justin... Temos que buscar Math e Liv na escola. -Ela disse se levantando e pegando seu milk shake.
-Tudo bem, vamos.

Toquei sua mão e era a primeira vez que ela havia deixado, sorri abobado e caminhamos até o carro. Assim que entramos eu dei partida dirigindo para a escola das crianças. 

Por mais que eu dissesse para Ju que eu queria mesmo ficar com ela eu não podia negar meus sentimentos por Jennifer, todos esses anos ela tinha sido a mulher da minha vida que mais tinha me segurado a mulher que nunca me trocou e perdoou todos meus erros... mas agora era eu quem ia a trocar. Eu não ficava nada feliz com isso e sentia medo de falar com Jennifer, eu sabia o quanto ela me xingaria, choraria e gritaria e isso me deixava assustado. Mas era o melhor a fazer.

Depois de buscar as crianças deixei Ju em casa e fui em direção a minha casa sentindo meu coração bater forte. Deixei as crianças na casa da minha mãe dizendo que teria uma conversa com Jennifer. Assim que pisei os pés em casa vi suas malas na sala e meu coração disparou, droga porque algo dizia que oque eu iria fazer era errado?

Subi as escadas e entrei no nosso quarto vendo ela jogada na cama olhando seu celular. Assim que ela viu ela abriu um sorriso enorme e veio correndo em minha direção pulando em meu colo.

-Cara eu senti tanto sua falta. -Ela disse enchendo minha bochecha de beijos e eu apenas assenti- O que foi amor? Não sentiu a minha falta? -Ela disse descendo do meu colo. 
-A gente precisa conversar Jennifer...
-Diz amor...
-Jennifer, eu nem sei como e por onde começar a te contar isso. -Disse coçando minha nuca.
-É tão sério assim? -Ela perguntou risonha e eu assenti.
-Eu quero que você entenda que eu quero o bem de todos e não quero te machucar.
-Ai Justin, você está me assustando.
-Eu não quero que fique ruim entre nós, quero manter você sempre por perto.
-O que foi? Me conta logo.
 -Primeiro eu quero que você saiba que tudo o que passamos foi magico, foi incrível e eu amei passar todos esses anos com você mas eu me enganei sobre meus sentimentos... -Eu disse sentindo que oque eu estava falando era mentira.
-O que foi? O que você quer dizer com isso? ai meu deus... não pode ser o que eu to pensando. -Ela disse e seus olhos encheram de lágrimas.
-Jennifer não podemos mais continuar. Acabou. -Disse vendo as lágrimas caindo de seus olhos.- Todas essas suas viagens separaram a gente mais ainda e eu não quero continuar algo onde eu não me sinto bem, entende?
-ENTENDER? COMO VOCÊ QUER QUE EU ENTENDA? AI MEU DEUS. -Seus olhos se fecharam a começaram a cair mar de lágrimas. -MINHAS VIAGENS NUNCA ATRAPALHOU NÓS DOIS, NÃO INVETE DESCULPAS POR CIMA DISSO... Céus, eu não... -Ela disse e olhou pra mim- Você se apaixonou por outra não foi?
-Não...
-NÃO FOI? COMO NÃO FOI JUSTIN? EU TE CONHEÇO, NÃO MINTA PRA MIM PELO AMOR DE DEUS, VOCÊ SÓ PODE ESTAR FICANDO LOUCO.
-Me apaixonei pela Ju. -Disse rápido e ela fixou seu olhar na parede. 
-Céus... eu não acredito. -Ela disse fechando os olhos com força- PARA DE MENTIR PRA MIM DESSA FORMA JUSTIN, ME DIZ QUE É MENTIRA ME DIZ QUE VOCÊ ESTÁ FICANDO LOUCO, ME DIZ QUE NÃO É ISSO. EU NÃO VOU AGUENTAR. -Ela disse se ajoelhando nos meus pés.
-Me desculpa... -Disse olhando para o chão.
-TE DESCULPAR? -Ela disse e começou a rir ainda chorando- E TODOS OS "EU TE AMOS" JUSTIN? TUDO NÃO PASSOU DE UMA MENTIRA NÉ? DEVE TER SIDO ENGRAÇADO BRINCAR COM A CARA DA OTÁRIA AQUI.
-Eu não pude evitar...

Eu não sabia dizer o quanto estava me sentindo mal pelo o que eu estava falando pra ela... Eu estava me colocando no lugar dela e estava me sentindo mal por ela. Ela olhou para o chão enquanto as lágrimas caiam sem parar e eu apenas fixava meu olhar no dela. Ela colocou a mão sobre o peito como se estivesse doendo.

-Me diz que é mentira, por favor... diz que é uma das suas brincadeiras que você sempre fez. Justin você não pode deixar tudo morrer aqui, você não pode me trocar por outra garota, você não pode acabar com nosso casamento dessa forma.
-Jennif...
-Me diz por favor, me diz que tem um jeito de concertar tudo isso? me diz Justin. Eu faço o que você quiser, eu juro que faço.
-Não tem nada que você possa fazer.... aconteceu.
-Eu sabia que isso iria acontecer... -Ela disse olhando pra mim. -Céus esta doendo tanto. -Ela colocou a mão na boca começando a chorar.


Eu sentia vontade de chorar.


-Você prometeu...
-Me desculpa. -Eu disse olhando pra ela. 
-Não peça desculpa sobre algo que é impossível pra mim. -Ela disse e abaixou a cabeça.- Eu não acredito que você ta acabando comigo dessa forma, VOCÊ É UM IDIOTA JUSTIN, UM MENTIROSO, TRAIDOR! VOCÊ NUNCA CUMPRE O QUE DIZ. -Ela gritou dando socos no meu peitoral.
-JENNIFER, CALMA. -Eu segurei seus pulsos- Fazer isso não vai mudar em nada.
-Diz que é mentira...

Ela sussurrou acabada com as lágrimas caindo sem parar. Aquilo me matou por dentro. Eu apenas abaixei a cabeça.

 -Você acabou com a minha vida Justin. Você tirou tudo de mim até se separando de mim. -Ela disse e levantou meu queixo fazendo a olhar- Eu me sinto perdida agora, sem você. Você estragou tudo, estragou todos os planos de vivermos juntos até o fim. -Ela deu de ombro.- Eu me sinto uma idiota por tudo o que fiz por você. E doí sabe? dói porque eu sempre achei que seriamos apenas você e eu e nunca iriamos separar. Agora como eu vou encarar o dia sem você? -Ela derramou uma lágrima- O que eu vou fazer sem você? o que eu vou fazer sem amigos, sem família. O que eu vou fazer? Eu não vou poder me apaixonar por mais ninguém porque eu nem ao menos vou conseguir porquê minha promessa pra você foi sempre te amar e ela vai continuar em pé. Até porque quem iria se apaixonar por mim? uma mulher com dois filhos nas costas pra cuidar, não que eles seja um peso porque eu amo meus filhos mas eu não vou mais ter a oportunidade de me apaixonar por ninguém. -Ela disse e fechou os olhos enquanto as lágrimas caiam.- E o medo de você voltar sempre vai prevalecer, mesmo sabendo que você não vai mais voltar, mas é que todas as vezes que nos separamos você sempre voltou então eu tenho medo. Mas eu desejo a mim mesma que eu não me apaixone por mais ninguém... porque se for pra passar por tudo isso de novo eu prefiro estar morta.
-Não diz...
-DIGO, DIGO SIM! -Ela me olhou e respirou fundo- Se põe no meu lugar, se fosse eu fazendo isso com você e colocasse Tyler no meu lugar? Claro, quando você ainda sentia algo por mim se coloque naquela época.
-Eu ainda sinto algo por você...
-Não me iluda, você já me iludiu muito nessa vida. -Ela deu uma risadinha e abaixou a cabeça- Foram quase vinte e três anos jogados fora né? -Ela me olhou e eu neguei. -NÃO? -Ela me olhou e riu- Não foi jogado fora? porque até onde estou entendendo você esta me deixando pra ficar com outra. Engraçado que você me prometeu a exatamente um ano atrás, nesse mesmo dia que "eu prometo me apaixonar por você todos os dias e não me apaixonar nenhuma outra mulher" engraçado que você levou esse tempo pra me substituir né?! Justin? -Ela me chamou.
-Sim?
-Não ache que eu estou fazendo isso para dar uma de dramática ou te fazer se sentir culpado, pelo contrário eu quero que você seja muito feliz nessa aventura de adolescente, sim, aventura adolescente porque você esta deixando sua mulher, mãe de dois filhos seu pra viver uma aventura adolescente com uma garota de dezessete anos. Lembre-se que tudo tem consequências, ok? lembra que você vai ter que cuidar dela pra que nenhum homem mais novo a roube de você
-Você está dizendo como se eu fosse um velho de cinquenta anos. -Eu disse irritado. 
-Você tem quase vinte e cinco anos, imagina quando tiver cinquenta? ela ainda vai ter quarenta e quatro, três sei lá. Você acha que ela vai querer cuidar de você? a garota com quarenta anos ainda vai ter um corpinho de vinte. Não pense apenas nessas possibilidades, pense que você não está só deixando sua mulher pra viver com outra, você ta abrindo mão dos seus filhos. -Ela disse voltando a chorar- Droga, eu não acredito que você está abrindo mão da sua família.
-Eu não vou ficar longe dos meus filhos.
-Eu vou ficar longe de você, e meus filhos vão comigo. Ou você tava achando que eu seria sua vizinha onde me sentaria no jardim e conversaria com a sua bela mulher? -Ela disse irônica- Vão todos rir da minha cara, até mesmo seus amigos que devem ser mesmo muito a favor dessa sua ideia maluca. Eu não vou ficar aqui pra ver todos rindo da minha cara, eu vou pegar um destino e ir embora dessa cidade que não trouxe mesmo nada de bom pra mim. -Ela disse dando de ombros e eu engoli a seco. 
-Você não pode... -Eu disse engolindo o choro.
-Você achou que eu deixaria uma garota de dezessete anos cuidar dos meus filhos? dar uma de mãe deles? alias, você já conversou com ela sobre isso?
-Ela é uma garota incrível Jennifer, incrível mesmo e eu nunca achei outra igual a ela e eu não vou deixa-lá partir por sua causa, eu to mesmo gostando de Julia e não vai ser você quem vai impedir isso. -Eu disse irritado fazendo seus olhos se encherem de lágrimas novamente- Eu não to indo viver em uma aventura adolescente, eu estou indo viver um amor que Deus planejou pra mim.
-Você tem uma boa forma de acabar com uma pessoa. -Ela disse e bateu palmas- Você está iludido por essa garota. -Ela disse e saiu andando- Quando perceber vai ser tarde de mais. -Ela disse pegando suas roupas no chão e abrindo as malas. -Inclusive -ela disse e se virou pra mim- Nunca faça com ela o que esta fazendo pra mim, eu sou uma garota crescida e posso muito bem superar isso, mas ela é uma garota que ta na fase adolescente ainda que tem apenas como problemas os gatinhos da escola e as lições, as únicas. Ela não vai ser capaz de aguentar essa barra. Se for pra ficar com ela Justin, namore com ela e nunca traia, namore com ela e a ame todos os dias, namore com ela e entenda sempre os momentos em que ela estiver mal, namore com ela e nunca brigue com ela, nunca acabe com a autoestima dela, nunca diga pra ela o quanto se arrepende de estar com ela. 

Ela disse com os olhos transbordando lágrimas. Eu já tinha feito isso com Jennifer muitas vezes.

-Se você acha que esta fazendo o certo de verdade, faça, continue fazendo mas não cometa erros e muito menos faça algo errado, continua ali no certo.
-Eu não queria que você fosse... 

Eu disse sentindo vontade de desistir de tudo e continuar com ela. Meus olhos estavam cheios de lágrimas e a vontade que eu tinha era de me jogar em seus joelhos e pedir para que ela ficasse.

-Você já fez sua escolha, alias, a melhor. -Ela disse e sorriu- Espero que seja feliz. 
-Jennifer... por favor. -Disse sentindo as lágrimas caindo.
-Eu posso ficar uns dias até arrumar um lugar? 

Ela disse de costas pra mim, sabia que ela estava chorando.

-Eu vou sair de casa, eu tenho que sair. Você vai continuar nessa casa porque ela é sua.
-Não. -Ela negou- Eu não quero essa casa e nada que venha de você. Eu já disse que vou ir embora desse lugar, dessa cidadezinha. 
-Ok. -Assenti cabisbaixo- você pode ficar o tempo que você quiser. - Ela assentiu 
-Obrigada. -Ela disse saindo do quarto.

Assim que ela saiu eu me permitir a chorar. Por que parecia que eu estava me arrependo do que eu tinha feito? Talvez porque eu odiasse a ver daquele jeito. Mas agora não tinha mais volta, eu já tinha cometido a burrada.

Stratford/Canada
13:05 PM
Jennifer P.O.V

Era isso que você ganhava por fazer de tudo por uma pessoa. Eu tinha feito de tudo por Justin, eu tinha até mesmo ignorado meus pais. Sempre fiz o possível e o impossível pra ficar com ele e nunca acabarmos, sempre fiz o impossível para que eu não abandona-ló, porquê eu o amava mais que tudo, mas no final ele quem fez isso comigo. Se eu tinha e ele não eu dava pra ele pra ele não ficar sem, sempre foi assim, desde quando eramos crianças mas ele nunca me deu nada em troca, carinho ele me dava as vezes, quando bem queria! Machucava, era claro que machucava, eu estava ali chorando porque tinha acabado de ser deixada! mas é isso que você ganha de uma pessoa quando você faz tudo por ela, um belo pé na bunda.

Assim que eu entrei no quarto eu me joguei na cama e comecei a chorar liberando toda a minha dor comecei a socar o travesseiro. Será que eu era tão substituível assim? eu não podia acreditar que isso estava acontecendo. Eu não podia acreditar que tinha perdido Justin pra sempre.

Essa dor dilacerava meu coração.

Eu preferia receber cem facadas do que viver isso.

Depois do meu ataque de surto de quebrar tudo o que tinha no quarto eu me sentei no chão perto da cama e permitir-me a chorar. Céus estava tudo perdido, eu tinha perdido Carla, Ryan, Chris, meus pais e agora Justin. Eu não queria que isso fosse verdade eu queria apenas que esse pesadelo acabasse, eu queria que Justin entrasse nesse quarto me perguntando o que eu estava fazendo ali e dizendo que tudo foi apenas um pesadelo.

Mas essa era a verdade, era o que eu estava vivendo. 


Drew looks at me, I fake a smile so he won't see
(Drew olha pra mim, eu finjo um sorriso assim ele não vai ver)
That I want and I'm needing, everything that we should be
(Que é tudo que eu quero e preciso e tudo o que deveríamos ser)
I'll bet she's beautiful, that girl he talks about
(Aposto que ela é linda, a garota que ele fala)
And she's got everything that I have to live without
(E ela tem tudo que eu tenho que viver sem)

Drew talks to me, I laugh cause it's just so funny
(Drew fala comigo, eu rio porque é muito engraçado)
That I can't even see anyone when he's with me
(Mas eu não consigo ver ninguém quando ele está comigo)
He says he's so in love, he's finally got it right
(Ele diz que está tão apaixonado, que ele finalmente acertou)
I wonder if he knows he's all I think about at night
(Eu me pergunto se ele sabe que ele é tudo que eu penso à noite)

Eu sentia tudo desmoronando sobre minha cabeça e eu não podia fazer nada. Eu não tinha forças pra levantar, eu não tinha mais forças nem mais pra viver mas eu tinha que me manter forte pelos meus filhos. Por mais que isso fosse impossível.

Peguei meu celular e tentei ligar para meus pais mas como sempre ele desligava... Porque eles pararam de falar comigo? Simples, meus pais presenciaram uma briga minha e do Justin muito feia e ele tentou levantar a mão pra me bater mas antes dele fazer isso meus pais entraram na sala. Meu pai disse pra mim terminar com Justin mas eu fui ignorante o suficiente pra mandar ele pra todos os lugares e parar de se entrometer na minha vida, desde então ele nunca mais me ligou e nem deixou que eu entrasse em sua casa.

Senti as lágrimas caindo assim que me lembrei de quando fui na casa do Ryan e ele me tratou super mal e ainda Carla me expulsou de lá foi um momento horrível já que a rua estava lotada. Eu tinha perdido todos, até mesmo meus amigos.


Respirei fundo limpando as lágrimas e peguei meu celular discando o numero de Chris.

-Chris...-Disse com a voz falhando.
-Jennifer? Oi.
-Chris... eu preciso de você. -Disse desabando.
-Jennifer, me desculpe mas eu não tenho tempo pra ficar resolvendo os problemas que você tem com Justin. 

Depois que ele disse ele desligou, sim... Ele desligou sem ao menos se importar comigo. Me encostei na cama sentindo as lágrimas voltando. 


He's the reason for the teardrops on my guitar
(Ele é a razão das lágrimas no meu violão)
The only thing that keeps me wishing on a wishing star
(A única coisa que continuo pedindo à uma estrela cadente)
He's the song in the car I keep singing
(Ele é a canção dentro do carro que eu continuo cantando)
Don't know why I do
(Não sei porque eu faço)

Depois de tentar ligar pra todas as pessoas que me deixaram eu finalmente desisti e decidi ir até lá embaixo. Justin estava no sofá de cabeça baixa. Tentei fazer com que ele não me notasse eu não queria que ele visse meu olhar deplorável. Peguei minha mala grande e a pequena e fui arrastando só que ele escutou o barulho e eu senti seu olhar sobre mim mas eu nem me importei. Quando empurrei as malas pro quarto onde eu ficaria não por muito tempo eu abri e peguei uma bota preta, uma calça preta de couro, uma jaqueta jeans e uma regata branca. Arrumei meu cabelo e vesti a roupa passando uma maquiagem clara no meu rosto pra disfarçar meu olhar deplorável. 

Peguei minha bolça e desci.


-As crianças... Estão aonde? -Disse sentindo minha voz falhar.
-Na casa da minha mãe. -Ele disse olhando pro meu trajes de roupa.
-Tudo bem, vou dar uma saída e não irei demorar. Qualquer coisa eu passo para busca-lós.
-Não precisa se preocupar.- Ele disse engolindo a seco ainda olhando meu corpo.
-Ótimo. -Eu disse e fui até a porta mas sua voz me fez parar.
-Jennifer? -Ele me chamou e eu me virei pra trás.
-Sim?
-Onde você vai?
-Deixou de ser da sua conta a partir do momento em que nos separamos.

Vi a sua boca se formar em um "O" e sai de dentro de casa sorrindo pra mim mesmo por ter dado essa resposta incrível nele. Mas mesmo assim sentia meu coração todo quebrado e doendo, eu estava tão acabada.

Drew walks by me, can he tell that I can't breathe?
(Drew passa por mim, será que ele percebeu que eu não consigo respirar?)

And there he goes, so perfectly, the kind of flawless I wish I could be

(E lá vai ele, tão perfeito, o tipo impecável que eu gostaria de ser)

She'd better hold him tight give him all her love
(É melhor ela abraçá-lo bem apertado dê-lhe todo o seu amor)

Look in those beautiful eyes and know she's lucky cause

(Olhar naqueles lindos olhos e saber que ela é sortuda porque...)

Entrei dentro do meu carro e dei partida mais uma vez para aquele lugar, era a terceira vez em que eu iria lá. Presidio. Sim, eu iria visitar Anne... Eu não tinha cumprido minha promessa de que não iria mais visita-lá, depois daquele dia eu fui seis meses depois e era incrível o fato de ela estar mais acabada ainda, eu até pedi para os diretores dali que ficassem de olho nela para que ninguém fosse bater nela e depois de um mês fui de novo mas apenas pra conversar com os diretores e eles disseram que seu estado estava melhor.

Respirei fundo antes de pegar minha bolça e descer do carro. Fui caminhando até lá.

-Pois não? -Uma mulher disse.
-Eu quero visitar Anne... Anne Monroe. -Eu disse e ela me olhou como se eu fosse uma idiota.
-Anne Monroe sela dezesseis?
-Sim, exatamente. -Disse com um sorriso fraco.
-Anne morreu ontem a noite. -Ela disse seca.

Eu abri a boca e senti as lágrimas voltarem novamente. Céus eu não podia acreditar que Anne tinha morrido, eu não podia acreditar que a unica pessoa que esteve comigo havia me abandonado. 

-Como? -Eu disse sentindo medo da resposta.
-Briga de facada. 
-Céus... -Disse sentindo minha boca secar.
-Entramos em contato com a família dela mas ninguém quis cuidar das coisas de sua morte e então tudo iria ser por conta da prefeitura.
-Não... Eu vou pagar caixão, o cemitério eu pago... 
-Tudo bem. -Ela me deu um papel. -Você precisa estar no IML as duas. E todas as coisas você cuida lá.
-Ok...

He's the reason for the teardrops on my guitar
(Ele é a razão das lágrimas no meu violão)

The only thing that keeps me wishing on a wishing star

(A única coisa que continuo pedindo à uma estrela cadente)

He's the song in the car I keep singing

(Ele é a canção dentro do carro que eu continuo cantando)
Don't know why I do
(Não sei porque eu faço) 

Caminhei até meu carro e assim que entrei no mesmo coloquei a cabeça sobre o volante do carro começando a chorar, eu não queria acreditar que Anne tinha partido, eu não queria acreditar que eu podia tira-lá da qui mas não o fiz, eu não queria acreditar que ela tinha partido sem eu ao menos ter a chance de abraça-lá pela ultima vez. Eu não queria acreditar que a sua família não estava nem ai com a morte dela. Eu não queria acreditar que eu não tinha mais ninguém, eu não queria mais acreditar que Justin tinha se separado de mim pra ficar com outra, eu não queria mais acreditar em nada.

Porquê minha realidade era muito mais cruel do que eu pensava.

Depois de um tempo ali chorando eu decidi ir pra casa já que eu estava passando mal. Enquanto eu dirigia as lágrimas caiam sobre o meu rosto sem parar e eu sentia como se fosse um pesadelo tudo que estava acontecendo.

Esse era o pior dia da minha vida.

So I drive home alone
(Então eu dirijo sozinha até em casa)

Decidi ir pra casa já que eu estava passando mal. Enquanto eu dirigia as lágrimas caiam sobre o meu rosto. Assim que cheguei em casa eu entrei e Justin ainda estava na sala falando com alguém no telefone. Passei correndo e subi pro quarto me jogando na cama sentindo as lágrimas caírem novamente.

As I turn out the light
(Apago a luz)
I'll put his picture down and maybe
(Vou colocar a foto dele para baixo e talvez)
Get some sleep tonight
(Eu consiga dormir um pouco hoje anoite)


Senti a presença de alguém no quarto e sabia que era ele, mas eu não queria que ele visse eu dessa forma, eu não queria que ele achasse que eu estava assim por causa dele... talvez até estivesse, mas tudo o que estava me deixando ainda mais acabada era a causa da morte de Anne... ela era uma garota e tanto, ela era tão nova e agora ela tinha sido morta, tinham assassinado Anne e eu não conseguia acreditar nisso.


-Jenni? -Justin disse tocando minha costa.
-Não toca em mim. -Eu disse baixo.
-O que aconteceu?

Essa pergunta tinha me irritada tanto que eu levantei da cama em um pulo e o encarei.

-O QUE ACONTECEU? VOCÊ QUER MESMO SABER? -Eu disse e ele assentiu- Meu esposo Justin, meu ex marido terminou comigo pra ficar com outra.-Disse sentindo as lágrimas tomarem conta de meu rosto- Todos me abandonaram e a unica pessoa que se importava comigo morreu, esta morta, MORTA. -Eu disse caindo de joelho começando a chorar.

Era horrível a forma que isso tudo soava bem mais difícil quando alguém dizia. Justin me olhava com os olhos arregalados e eu só sentia meu mundo desmoronar-se sobre mim.

He's the reason for the teardrops on my guitar
(Ele é a razão das lágrimas no meu violão)
The only one who's enough for me to break my heart
(O único que gostei o bastante para quebrar meu coração)
He's the song in the car I keep singing
(Ele é a canção dentro do carro que eu continuo cantando)
Don't know why I do
(Não sei porque eu faço)

Eu sentia como se o mundo estivesse acabando e eu estivesse sozinha. Agora tudo vagava por minha mente, o que eu iria fazer agora? sem esposo, sem marido, sem lugar pra ficar. O que estava acontecendo com a minha vida? Ontem eu estava em um daqueles desfiles de gente rica e chique e hoje eu estou jogada sobre um chão de um quarto de hospedes chorando na frente do meu marido porque o perdi e porque estava tudo acabado pra mim. Talvez esse seja ser o game over da minha vida, talvez eu não fosse aguentar mais essa vida, talvez isso foi pra pagar todos os pecados que eu cometi. Talvez tenha sido pra mim aprender com meus erros, ou talvez até para levar-me de uma vez desse mundo.

-Ei... shiu. -Justin disse me abraçando.

Eu juro que queria tirar os braços dele de mim, mas nem pra isso eu tinha forças... Eu não tinha forças nem pra manda-ló sair desse quarto.

E era nesse momento que eu olhava pro teto do quarto e pedia pra que Deus me levasse.

He's the time taken up, but there's never enough
(Ele é o tempo gasto, mas nunca é o suficiente)
And he's all that I need to fall into...
(E ele é tudo o que eu preciso para amar ...)
Drew looks at me
(Drew olha pra mim)
I fake a smile so he won't see.
(Eu finjo um sorriso assim ele não vai ver.)

...

Continua


NÃO ME MATEM, TEM MUUUUITA COISA POR VIR!
Nem tudo que parece, é.
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