Forbidden Love - 32 - Não quero falar sobre isso.

Abri os olhos com dificuldade por causa do sol que entrava pelas cortinas abertas. Minhas palpebradas pesavam tanto que chegava a parecer que tinha mais de dois tijolos em cima das mesma.

Consegui abrir os olhos por completo mas antes pisquei algumas vezes pra me acostumar com os raios solares. Vi que eu estava em um quarto branco que tinha apenas uma poltrona e um criado mudo, poltrona essa que estava sendo ocupada por um ser loiro, mas a posição que eu estava não me deixava ver quem era. Esse não é meu quarto. Onde eu estou? 

Fui tentar levantar mas a dor no meu estomago era tão grande que não me deixou nem se quer se sentar na cama. Gemi baixinho por causa da dor que causou no meu abdômen e então consegui escorar meus ombros no travesseiro. Observei melhor o quarto e percebi que eu estava em quarto de hospital. 

Eu não me lembrava absolutamente de nada e nem sabia o porquê que eu estava cheio de curativos. Que merda é essa? Eu me lembro apenas de estar na fila da balada, em seguida eu beijar uma garota, Mirela ver e depois eu estar em um bar... ah claro, eu aprontei, de novo.

Pelo canto de olho vi o ser loiro se arrumar na cadeira e então percebi que o tal "ser loiro" é Mirela. Ela levantou correndo e quando me viu de olhos abertos um sorriso se acendeu em seu rosto e eu me perguntei o porquê de ela estar aqui com as mesmas roupas de ontem mesmo depois de tudo que eu fiz com ela! Que merda, era pra ela se manter longe. Longe, longe de mim.

-Amor. -Ela disse animada e em seguida me deu um abraço forte ganhando uma gemida de dor vindo de mim. -Ta tudo bem? Faz tempo que você acordou? -Disse em disparada.

Olhei direito pra ela e pisquei algumas vezes. Ela corou e abaixou a cabeça e então eu desviei o olhar e bufei.

-Eu to bem, acordei faz uns dois minutos.

-Você nos assustou. -Disse baixinho.
-Quem me trouxe pra cá? -Disse rude, mesmo não me vendo no espelho eu sabia que carregava uma carranca no rosto.
-Chaz... Ryan. -Disse me olhando.
-Cadê o Christian?

-Ele e Nataly estavam juntos, decidi não atrapalhar... você sabe! -Cutucou meu ombro.

-Ela ta grávida, eu sei. -Disse tirando sua mão de perto de mim.
-Ta sentindo alguma dor.

-Só dói meu abdômen. -Ela resmungou e revirou os olhos.

-Por que fez isso? 
-Isso o que? -Disse rude.

-Beber. -Disse revirando os olhos- Os meninos acharam uma garrafa de Whisky junto de você. -Disse brava.
-Hum... -Resmunguei.

-"Hum"? Justin, você tem noção do quanto ficamos preocupados com você? Tem noção de quanto tempo eu estou aqui? Eu não sai daqui pra nada, eu não levantei e nem fui comer morrendo de preocupação contigo! E você diz um simples "hum"? -Exclamou irritada. 

E eu não tirava a razão dela estar irritada, mas meu foco era me manter longe dela. 

-Não pedi pra ninguém ficar preocupado comigo, outra; não pedi pra você ficar aqui comigo. -Disse rude o bastante pra fazer seu corpo enrijecer.

-Como você pode ser tão ridículo assim, Justin? Nossa... eu... -Ela deixou as palavras no ar, respirou fundo e saiu do quarto.

Eu não queria estar daquele jeito com ela, não queria ser tão duro com ela porque ela sinceramente não merecia isso. Mas tinha coisa pior que ela também não merecia, sofrer por mim. Sofrer pelo próprio irmão que a machucava. 

Fiquei brincando com meus dedos enquanto lembrava da feição de decepção dela quando eu disse todas aquelas coisas pra ela. Interrompi todos meus pensamentos quando vi uma médica entrando com uma bandeja que continha alguns remédios. Ela era uma puta de uma gostosa. Caralho! Além de ser gostosa, era gata e tinha cara daquelas tipicas putas que deixa qualquer homem de pau em pé apenas com uma piscada.

-Oi, vejo que o paciente mais lindo do hospital acordou.

-Acordei. -Disse simples.
-Se sente melhor?
-Muito melhor. -Disse sorrindo malicioso.

-Hum -Ela sorriu e anotou alguma coisa na prancheta- Vim trazer algumas remédios pra você não sentir dor, depois vou trazer seu almoço! Tudo bem?

-Hum, ótimo -Disse sorrindo malicioso- Como é seu nome?

-Mellani. -Ela não tem cara de puta, tem o nome também.
-Adorei o nome. -Disse mordendo os lábios.
-Por que aquela menina saiu chorando?

-Eu dei um fora nela, sabe como é... garotas iludidas. -Disse sorrindo convencido e ela gargalhou.
-Tipico galinha da escola, que pega as garotas e depois sai contanto pra todo mundo. Será que eu também devo anotar isso na sua lista? -Disse irônica.
-Eu? -Disse rindo- Talvez. -Dei de ombros.

-Aham. -Assentiu rindo.- Você sabe que ela ta aqui desde ontem com você? Deve ser oque agora? Onze horas? -Disse irônica- Ela estava chorando e morrendo de preocupação com o senhorzinho. -Resmunguei e abaixei a cabeça sentindo meu coração apertar.
-Hum... -Disse de cabeça baixa.
-Ah sim. -Disse rindo.- Entendi. -Franzi a testa.
-Entendeu o que?
-Você gosta dela mas não assume. -Disse rindo- Me sinto no meio de um filme adolescente.
-Vou ser bem direito, to bem afim de você! Sabia? -Disse mudando de assunto. Ela riu me analisando e mordeu os lábios. 
-Eu até queria meu anjo. -Disse chegando perto de mim, quando eu ia puxar sua cintura ela se afastou- Mas as normas do hospital dizem que médicos não devem ter envolvimentos com os pacientes, não dentro do hospital. -Disse piscando.

-Vem cá vai, ninguém vai saber. -Ela apontou pras câmeras do quarto e eu bufei.

-E outra, você é uma criança pra mim.
-Eu tenho dezenove anos. -Disse bufando.

-Vinte e cinco. -Disse sínica. 
-Idade não importa! Sou mais gostoso que muito homem de vinte e cinco anos, e sei levar você ao céu apenas fazendo sexo. -Disse sexy.
-Garotinho abusado. 
-Posso ser o quanto você quiser. -Disse sorrindo malicioso.
-Briga de bar? 
-Oi? -Disse não entendendo. 
-Você se meteu em briga de bar? 
-Não foi isso! Eu estava bêbado andando por ai, mas eu tropecei em alguns garotos, mandei eles tomarem no cú e isso foi motivo pra que eles me batessem.
-Entendi. Bom, toma esse remédio.

Ela me entregou alguns copinhos de remédio e eu engoli os mesmo fazendo careta o que fez ela rir. Tomei um copo de água e coloquei na bandeja.

-Eu vou buscar seu almoço, já volto.

-Volta logo. -Disse mordendo os lábios e ela riu.

Ela saiu rebolando da sala enquanto eu olhava aquela bunda empinadinha e mordi os lábios. Mirela entrou na sala e se sentou na poltrona com uma cara emburrada. Conheço Mirela o suficiente pra saber que ela escutou tudo atrás da porta.

-O que foi? -Perguntei cheio das graças dela.
-Nada. -Disse rude.

Ela levantou da cadeira e eu bufei, pensando alto "mulheres". Por que elas são tão... diferentes, confusas, estranhas? Eu nunca vou conseguir entender Mirela por completo, mas também sei que nunca vou conseguir viver sem essa babaca. Eu a amo, entende? Por mais que ela seja minha irmã, por mais que isso não vá dar certo no final, nunca vai dar! Mas eu corro qualquer risco por ela, qualquer risco por nosso amor eu estou disposto a correr, sem ao menos me importar com as porras da consequências. 

Ela entrou novamente no quarto mas agora com a médica. Meus pensamentos ao ver elas duas entrando não era nada inocentes, eu imagina um sexo a três. Eu e elas. 

Mellanie puxou um carrinho que se encaixava na minha cama e ficava exatamente posto perto de mim pra mim comer a vontade. Ela colocou a bandeja ali em cima.

-Depois eu volto. -Disse sussurrando.

Antes dela sair da sala ela me deu um sorriso malicioso e eu retribui. Mirela estava sentada na poltrona com um bico enorme no rosto e eu tinha vontade de encher ela de beijos. 

-Pode me ajudar? -Ela assentiu.

Mirela levantou do sofá, me ajudou a se levantar na cama e em seguida arrumou o carrinho. Antes de ela conseguir sair dali eu puxei ela fazendo ela praticamente se deitar em cima de mim e então eu tomei seus lábios rapidamente, sua mão correu pra minha nuca e então quando o folego acabou eu me separei dela, não sem antes de puxar seu lábio com o dente. Ela sorriu corada e eu senti meu coração se encher de felicidade por saber que estávamos bem.

Pode até ser bipolar, mas foda-se se a gente não der certo.

-Me perdoa por ontem? -Sussurrei entre seus lábios.

-Não quero falar sobre isso, esse assunto morreu! O Chaz me contou tudo, apesar de você ter errado eu só quero esquecer que eu vi você beijando outra garota por um lugar na fila.
-Ainda sou eu.
-Eu sei, por isso não reclamo. -Disse dando um sorriso sem graça.

-Tudo bem. -Respirei fundo, aliviado- Esta com fome? -Disse mudando de assunto.
-Não, eu fui comer agora pouco. Algo muito melhor que comida de hospital. -Disse e eu ri negando.
-Então vem cá.

Puxei ela fazendo ela deitar na cama ao meu lado. Comecei a fazer carinho no seu cabelo e logo vi que ela tinha pegado no sono. Sorri olhando cada tracinho meu e eu me peguei selando nossos lábios em um selinho incapaz de conter meu amor por ela.

Comecei a comer e quando eu terminei eu puxei o carrinho pra longe de mim e então continuei meus carinhos em Mia. Alguém bateu na porta e eu rapidamente parei meus carinhos quando vi meu pai e minha mãe entrando. Eles sorriram ao ver a cena da Mia deitada ao meu lado.

Mal sabem eles que nós dois nos pegamos. E nesse momento eles estão achando que a gente é dois irmãos cuidadosos. Mas na verdade, eramos um casal cuidadoso, um casal estranho e incesto... mas um casal.

-Ta melhor, meu amor? 
-Estou sim, mãe. -Disse sorrindo fraco.
-Você lembra quem fez isso com você, Justin? -Meu pai disse analisando meus ferimentos.

-Não me recordo pai.

 -Hum... Mas a gente vai descobrir! -Disse inquieto.

-Deixa isso pra lá.

-Bateram em você e você quer que eu deixe quieto?

-Eu mexi com eles também. -Disse e ele bufou.

-Ela ta aqui desde ontem na hora que você veio. -Disse minha mãe mudando de assunto e nos analisando.

-Hum... -abri um sorriso- Ela é a melhor irmã do mundo. -Disse irônico, mas claro que eles não perceberam.

-Que lindo.  -Mamãe disse encantada com as minhas palavras.

Eles eram bobos demais pra perceber que essa garota ao meu lado, eu não só a amo como irmã, mas também amo como minha garota.